Antes, ossos rangiam com a neve que cobria seus pensamentos.
O frio martelava seus cabelos, rasgava sua pele e fazia-a gritar por calor.
Agora, o fogo a queima impetuosamente,
a areia arde-lhe os olhos e a lufada de vento quente traz consigo a decepção.
Por que a menina com nada se contenta?
Pois se é frio, põe-se a chamar Sol.
Se é chama, grita por entre dentes secos que o mar carregue consigo o ardor carregado da alma!
Poseidon, porém... Nada escuta.
As estações mudam e com elas folhas franzinas se vão...
Mas frutas começam a apodrecer.
Aquele doce morango que, achava a menina, estava quase no ponto e pulava no galhinho por ser colhido,
cai de podre.
Ah, pois...
No verão muita coisa se mistura
se esbanja
se confunde
e aparece.
Pernas aparecem com o verão!
Elas andam para lá, e para cá, para lá, para cá,
Para lá, para lá.... bem para lá...
Pernas chamam a atenção.
E com elas, as tendências!
E com essas, a futilidade: trenzinho que trás num de seus vagões sujos e engordurados de vergonha um par de verdes como bambu, que cega o urso (tão amável no inverno) e confunde a menina-coração.
Ela devia saber, devia notar. Suas sardas e cabelos, doce como algodão - diziam já outros ursos – e seus olhos espertos, atentos, sua mente inteligente – tudo diziam já outros algodões – sempre acabava perdendo para um magro e verde bambu.
Bambu oco,
seco,
sem vida.
Por que então, menina-coração?
Nenhum comentário:
Postar um comentário