quarta-feira, 9 de setembro de 2009

VÊNUS, OI?


Hoje a noite tive a certeza de que não pertenço a este mundo; senão mundo, geração. Em plena juventude XXI, acabou de usar dentro de pouquíssimas frases os verbos azucrinar, ocasionar, a expressão "ai de mim!" e uso pronomes oblíquos a toda hora. Tudo isso em uma conversa informal no MESSENGER! Como pode?
Eu sou careta, falo estranho, vejo o mundo às vezes com um grau de inocência que não é mais compatível com meu tipo de geração (a sociedade corrompe o homem, caro Rousseau, você tinha razão); em vez de rosa, prefiro magenta; no lugar de neblina, névoa, brumas. Pra quê brevidade se temos efemeridade?
Sou amante de Vinícius de Moraes, Carlos Drummond, Shakespeare, Camões, Fernando Pessoa... BBB, quem?
Repudio beijos desconhecidos vindos de bocas de ninguém, as quais não sei por onde andaram, o que falaram ou sentiram. Prezo o conteúdo em detrimento da beleza - o homem que um dia fizer algo que se assemelhe ao "O amor dos homens", terá facilmente meu coração, prefiro gastar montes de dinheiro em livros e filmes, do que no último sapato da moda.
Tenho manias estranhas... Ou será que o mundo está mudando tão rápido que não consigo acompanhar? Esses dias um amigo foi despedir-se de mim, e eu lhe desejei "Boa Noite". A resposta, com um tom acentuado de incredulidade ( " Boa Noite???") me fez pensar... Ué, não é mais assim que se faz?
Alguém me ensina a viver nos novos moldes da sociedade, então. Ou melhor, não me ensina; gosto de minha "retrocidade" (depende do angulo): gosto de aprender a falar bom dia e eu te amo em diversas línguas pra agradar e surpreender pessoas próximas. Gosto de usar palavras quase esquecidas, das forma e valor aos meus pensamentos, de ser deveras utópica quando convém. Mas mesmo assim, continuo com a afirmação... Não sou daqui.