quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Espanto de Heathcliff.


Ele era franzino, descompassado e infeliz; em sua vida nada tinha lhe dado motivo de abrir um sorriso cheio de dentes, então o que fizera até o presente momento fora cuspir aqui e ali enunciados pobres quando alguém lhe dirigia à palavra. Mas o que agora se postava à sua frente era parecido com as belas e cruéis criaturas que apareciam em seus sonhos. Assim que seus olhinhos secos cruzaram os ávidos olhares da estranha com cabelos castanhos, uma mistura de Dominação e Desejo de guerra infiltrou-lhe os pulmões e o coração. Uma força que até então jamais tomara conta daquele corpo moído... algo como Amor.
Mas não era Amor... Era muito mais. Aquilo que agora tomava conta de seus Instintos animalescos era sobrenatural, desumano, chegando a ser maldito de tão forte e implacável. Ele grunhiu para a criatura umas poucas e embaraçadas palavras sem sentido, e ah! Ela riu... Um riso de derreter montanhas, de desafiar o demônio e crer em vida após a Morte.
No mesmo instante ele obteve consciência de seu estado semi-possuído pela estonteante pessoa que ali jazia; no mesmo instante, mediu a intensidade do Perigo que se aproximava. No mesmo instante, aceitou o Perigo de peitos rasgados e deixou-se levar pelos suspiros doces e os obscuros encantos da doce Sina.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

HM


Dias atrás você apareceu nos meus sonhos novamente. Minha única vontade era poder sentir a ausência de teus suspiros enfraquecendo-me os ossos; mas tua força sobre mim é algo como a Lua que orbita em volta de tudo, transformando tudo, segurando tudo. Todos as dores, os fracassos, os amores, vomitam em minha cara e escancaram-me o passado. E a ferida nunca sara, nunca seca, sempre chora.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

sobre maconhices racionais


Subitamente as coisas no mundo começam a girar; um abismo se enche de água e vira oceano, porções terrenas são encobertas por encostas verdes, pradarias infinitas e a natureza se goza com prazeres infinitos de enfeitar o mundo.
Aos poucos, determinados locais terrestres são habitados de corações pulsantes, falantes e inquietos; ávidos por tirar uma lasquinha da maravilha que se posta à frente de seus olhos venosos; corações desconhecidos se aproximam para fazer os primeiros contatos; um deles é o meu. O outro, seu.
Dois corpos extensos, densos, opostos, que tentam se expelir mas no fundo sabem que tudo acontece de forma reversa.
Se você fugir, te acham. Se você correr, te alcançam. Se você chorar, te amam.
Há meses eu luto contra marés furiosas, e tudo o que tenho é um pequeno remo, já roído por ratos e velho na idade; na verdade ele não ajuda em coisa alguma. Há meses que vago pelos 7 cantos do abismo líquido esperando encontrar alguma garrafa cujo interior guardasse mensagem valiosa, que me abrisse a mente e clareasse os pensamentos.
Eis minhas conclusões depois de tanto tempo:
Não existem garrafas perdidas por aí; ninguém perde o precioso tempo de girar e girar escrevendo mensagens e postando-as em garrafas de rum. Suas dúvidas são suas e somente suas. Lide você mesmo com seus fracassos e demônios, ninguém fará o trabalho sujo por você.
Não fique perdendo tempo também navegando pra longe da ilha. Não use remos baratos porque eles nunca sustentam uma opinião! As ondas sempre acabam te deixando no mesmo lugar, afirmando que o destino que te escolhe, e não o contrário.
Sinta fervorosamente o gozo que a vida joga na tua cara; do contrário, você só é mais um músculo sem graça batendo pra manter um corpo qualquer – vegetativo - em pé.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

the last kiss ( verdade extraída #1)



- I love her, Stephen. Now I know I love her more than I've ever loved anyone else.

- Stop talking about love. Every asshole in the world says he loves somebody. It means nothing.

- But it's the truth.

- Still doesn't mean anything. What you feel only matters to you. It's what you do to the people you say you love that matters. It's the only thing that counts.