terça-feira, 20 de outubro de 2009

O frio invade um coração...

“Tentando ser o que eu não era mais eu me vi perdido num mundo em que você criou, e nunca mais voltou pra me libertar... E eu que não sei aonde chegar, já caminhei tanto pra encontrar... E eu que não sei como te falar, já escrevi tanto pra cantar...”


Sabe aqueles dias que seus olhos saem de órbita, seu corpo amortece, e você não quer nada, mas dormir?Dormir, afundar-se em pensamentos preguiçosos, deleitar-se no vazio que sente e não sabe por quê.Dias em que sua mente vaga para o nada, sua boca faz movimentos e o som parece não sair. Ou o som sai, porém ninguém entende o que tua alma grita. O que grita?Grita ajuda, tempo, um xingamento? Grita raiva, angústia, cansaço? Grita o quê, saudade? Seus olhos já não sabem mais.
O ano se estica como milênios, os dias como décadas e teu corpo já não resiste mais às horas que passam tão monótonas, brancas e frias.
Seria a falta de sol, o excesso de chuva fator determinante pra tanta inércia? Ou seria meu coração cansado de tentar quebrar gelos por entre a multidão a procura de um mínimo calor?

Eu não sei, eu não entendo.

Só não quero mais passar devagar, enquanto todos giram tão rápido a minha volta. Não quero me perder procurando o que no fundo já sei que perdi e não encontrarei réplicas perfeitas. Os diversos espelhos que passam por mim deformam sua forma doce, límpida e bela de algum jeito, e não me resta nada senão apreciar a mutação ilusória, a mutação que faz meu mundo girar, apaixonar, e voltar na mesma estática em poucos meses. O frio invade um coração, mas não o seu... Ainda bem.


Te quero bem.

Um comentário: