quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Espanto de Heathcliff.


Ele era franzino, descompassado e infeliz; em sua vida nada tinha lhe dado motivo de abrir um sorriso cheio de dentes, então o que fizera até o presente momento fora cuspir aqui e ali enunciados pobres quando alguém lhe dirigia à palavra. Mas o que agora se postava à sua frente era parecido com as belas e cruéis criaturas que apareciam em seus sonhos. Assim que seus olhinhos secos cruzaram os ávidos olhares da estranha com cabelos castanhos, uma mistura de Dominação e Desejo de guerra infiltrou-lhe os pulmões e o coração. Uma força que até então jamais tomara conta daquele corpo moído... algo como Amor.
Mas não era Amor... Era muito mais. Aquilo que agora tomava conta de seus Instintos animalescos era sobrenatural, desumano, chegando a ser maldito de tão forte e implacável. Ele grunhiu para a criatura umas poucas e embaraçadas palavras sem sentido, e ah! Ela riu... Um riso de derreter montanhas, de desafiar o demônio e crer em vida após a Morte.
No mesmo instante ele obteve consciência de seu estado semi-possuído pela estonteante pessoa que ali jazia; no mesmo instante, mediu a intensidade do Perigo que se aproximava. No mesmo instante, aceitou o Perigo de peitos rasgados e deixou-se levar pelos suspiros doces e os obscuros encantos da doce Sina.

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