quarta-feira, 3 de novembro de 2010

sobre maconhices racionais


Subitamente as coisas no mundo começam a girar; um abismo se enche de água e vira oceano, porções terrenas são encobertas por encostas verdes, pradarias infinitas e a natureza se goza com prazeres infinitos de enfeitar o mundo.
Aos poucos, determinados locais terrestres são habitados de corações pulsantes, falantes e inquietos; ávidos por tirar uma lasquinha da maravilha que se posta à frente de seus olhos venosos; corações desconhecidos se aproximam para fazer os primeiros contatos; um deles é o meu. O outro, seu.
Dois corpos extensos, densos, opostos, que tentam se expelir mas no fundo sabem que tudo acontece de forma reversa.
Se você fugir, te acham. Se você correr, te alcançam. Se você chorar, te amam.
Há meses eu luto contra marés furiosas, e tudo o que tenho é um pequeno remo, já roído por ratos e velho na idade; na verdade ele não ajuda em coisa alguma. Há meses que vago pelos 7 cantos do abismo líquido esperando encontrar alguma garrafa cujo interior guardasse mensagem valiosa, que me abrisse a mente e clareasse os pensamentos.
Eis minhas conclusões depois de tanto tempo:
Não existem garrafas perdidas por aí; ninguém perde o precioso tempo de girar e girar escrevendo mensagens e postando-as em garrafas de rum. Suas dúvidas são suas e somente suas. Lide você mesmo com seus fracassos e demônios, ninguém fará o trabalho sujo por você.
Não fique perdendo tempo também navegando pra longe da ilha. Não use remos baratos porque eles nunca sustentam uma opinião! As ondas sempre acabam te deixando no mesmo lugar, afirmando que o destino que te escolhe, e não o contrário.
Sinta fervorosamente o gozo que a vida joga na tua cara; do contrário, você só é mais um músculo sem graça batendo pra manter um corpo qualquer – vegetativo - em pé.

Um comentário:

blur disse...

Não existem garrafas perdidas por aí...