terça-feira, 16 de setembro de 2008

AMOR ETERNO


Estava me lembrando esses dias da minha primeira aula de ballet... Lá fui eu, em um lugar desconhecido, no meio de pessoas desconhecidas, com uma calça 'choc choc' azul, tentando esticar uma perna que insistia em doer horrores a cada tentativa.
A primeira sensação que eu tive quando sai da aula foi: "ballet não é o que eu pensava".
Acho que todos pensam que nem cansa, que é coisa pra menininhas, que é só colocar os bracinhos magrelos acima da cabeça, fazendo uma argola em volta do rosto, que está ÓTIMO.
Os dias foram se passando, e a paixão pela dança, a qual eu sempre tive e sempre terei, foi se aguçando, foi aumentando a cada dia, e eu não conseguia mais me imaginar sem acordar às quartas e sextas feiras e ir, seja no frio ou calor, para a aula de ballet.
O tempo passou mais ainda, e eu mudei de turma. Agora fazia de tarde, as aulas eram mais puxadas, e tantas foram as vezes em que eu sai chorando da aula, por não conseguir fazer determinado exercício (minha mãe nunca entendeu e nunca irá). As aulas de ballet me deixavam cansada, dolorida, morta; mas ao mesmo tempo me aliviavam, me faziam bem, colocavam à minha frente sempre um novo desafio. Era um amor que crescia a cada dia!
E derepente, um dia eu tenho que parar de fazer uma das coisas que eu mais amava no mundo, pra fazer outra que está me fazendo uma pessoa não lá tão feliz.
E derepente eu nunca dei tanto valor às coisas que eu tinha antes; aos dias reclamando de dor nas costas, dor na cabeça, dor no pé, dor na virilha, dor nos braços... Os dias que eu saia melequenta da academia, mas feliz por ter feito uma boa aula... Hoje, eu me arrependo de não ter me esforçado mais, ensaiado mais, ter levado alguns dias mais à sério...
Hoje eu tenho sonhado praticamente todas as noites com as mais diversas apresentações, em que eu solo, danço em grupo, com duas pessoas, com uma... De todos os jeitos! Eu sonho que estou dançando do jeito que eu sempre quis dançar, e derepente eu acordo, e vejo que a realidade não é essa mais.

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